Não se pode precisar a data em que começou a pré-moldagem. O próprio nascimento do concreto armado ocorreu com a pré-moldagem de elementos, fora do local de seu uso. Sendo assim, pode-se afirmar que a pré-moldagem começou com a invenção do concreto armado (Vasconcelos, 2002). Ainda segundo Vasconcellos (2002), acredita-se que a primeira aplicação de elementos pré-moldados em estruturas de edificações foi realizada na França, em 1981, utilizando-se vigas pré-moldadas na construção do Cassino de Biarritz. Na primeira década do século XX, principalmente nos EUA e Europa, houve grandes avanços na tecnologia de concreto pré-moldado, tais como:
Além disso, de acordo com Vasconcelos (2002), o período correspondente ao final do século XIX e início do século XX foi marcado pelo grande incremento do emprego do concreto armado na Construção Civil. Dessa época até o final da IIª Guerra Mundial em 1945, o desenvolvimento da pré-moldagem acompanhou o desenvolvimento do concreto armado e protendido, havendo exemplos notáveis principalmente na construção de galpões. Porém, após o final deste conflito, foi que ocorreu o grande impulso das aplicações do concreto pré-moldado na Europa, principalmente em habitações, galpões e pontes. As principais razões desse impulso foram a necessidade de construções em larga escala, a escassez de mão-de-obra e o desenvolvimento da tecnologia do concreto protendido. Esse desenvolvimento concentrou-se inicialmente na Europa Ocidental e depois na Europa Oriental.
Salas (1988) considera a utilização dos pré-fabricados de concreto dividida nas três seguintes etapas:
De 1950 a 1970 – período em que a falta de edificações ocasionadas pela devastação da guerra, houve a necessidade de se construir diversos edifícios, tanto habitacionais quanto escolares, hospitais e industriais. Os edifícios construídos nessa época eram compostos de elementos pré-fabricados, cujos componentes eram procedentes do mesmo fornecedor, constituindo o que se convencionou de chamar de ciclo fechado de produção.
De 1970 a 1980 – Período em que ocorreram acidentes com alguns edifícios construídos com grandes painéis pré-fabricados. Esses acidentes provocaram, além de uma rejeição social a esse tipo de edifício, uma profunda revisão no conceito de utilização nos processos construtivos em grandes elementos pré-fabricados. Neste contexto teve o início do declínio dos sistemas pré-fabricados de ciclo fechado de produção.
Pós 1980 – Esta etapa caracterizou-se, em primeiro lugar, pela demolição de grandes conjuntos habitacionais, justificada dentro de um quadro crítico, especialmente de rejeição social e deterioração funcional. Em segundo lugar, pela consolidação de uma pré-fabricação de ciclo aberto, à base de componentes compatíveis, de origens diversas. Segundo Bruna (1976), “a industrialização de componentes destinados ao mercado e não, exclusivamente, às necessidades de uma só empresa é conhecida como ciclo aberto”. Conforme Ferreira (2003), os sistemas pré-fabricados de “ciclos abertos” surgiram na Europa com a proposta para uma pré-fabricação de componentes padronizados, os quais poderiam ser associados com produtos de outros fabricantes, onde a modulação e a padronização de componentes fornecem a base para a compatibilidade entre os elementos e subsistemas.
É inegável que o sistema pré-fabricado tem avançado muito no Brasil, havendo porém muito terreno a recorrer. Os avanços já obtidos refletem, de certa forma, seu potencial.
A ABCIC vem se empenhando pelo maior avanço do pré-fabricado e tem comumente avaliado programas de governos estaduais que preveem o emprego da pré-fabricação na construção de obras para vários fins. No geral, entende que essa tendência não deve ser inibida. Mas acha que as empresas detentoras de técnicas e experiências, acumuladas na prática diária o trabalho desenvolvido junto a projetistas, no canteiro ou em usina, deveriam ser consultadas, pois a medida em que houvesse esse tipo de integração governo-empresas, a tecnologia experimentaria maior processo de aprimoramento e evolução. E com uma extraordinária vantagem adicional: ajudaria a consolidar cada vez mais a memória técnica, imprescindível ao desenvolvimento do setor.
Hoje, nota-se que o país poderia obter ainda mais avanços na área do pré-fabricado, caso houvesse uma política dirigida para as pesquisas e para o aprimoramento das técnicas existentes.
De qualquer modo, é óbvio que ao longo do tempo – e em razão do empenho e do fortalecimento de algumas empresas – foram surgindo no país vários processos construtivos. O fato, porém, é que, com a criação do Banco Nacional da Habitação (BNH), em 1966, o governo adotou uma política equivocada de desestímulo à industrialização, na expectativa de incentivar o emprego maciço de mão-de-obra não qualificada em canteiro. Isso teria atrasado ainda mais o processo de industrialização, caso empresários, vislumbrando as amplas possibilidades do pré- fabricado no futuro, não entrassem numa luta, isolada, mas consequente, para mudar o quadro.
Prova evidente dos avanços referidos é a norma produzida pela Associação Brasileira de normas Técnicas (ABNT) que fixa as condições exigíveis, no projeto, para a execução e controle de estruturas pré-fabricadas de concreto armado ou protendido. Ela se aplica, segundo a entidade, também a estruturas mistas: aquelas construídas parcialmente de elementos pré-fabricados e moldados no local. Ao pormenorizar a finalidade do trabalho, a ABNT assinala que o objetivo imediato da norma é o uso de estruturas pré-fabricadas em edifícios. Suas prescrições podem, entretanto, ser usadas, desde que pertinentes, no projeto e execução de estruturas para fundações, obras viárias e demais elementos de utilização isolada.
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